O jornal “ O Lutador” ,de 1º de março deste ano, recapitulou as palavras de Vítor Hugo, o grande escritor francês do século XIX – “ O Homem e a Mulher”, poema lindíssimo, com imagens que mostram a visão romântica da figura feminina àquela época.
Repasso algumas idéias dedicadas à mulher no poema.
“ A mulher é o mais sublime dos ideais a quem Deus fez um altar e, consequentemente a torna santa.
A mulher é o coração que produz Amor, amor que ressuscita.
A mulher é invencível pelas lágrimas, que comovem.
A mulher é capaz de todos os martírios, e estes, sublimam.
A mulher tem sempre a preferência e esta representa o direito.
A mulher é um anjo, algo indefinível, admirada porque inefável.
A mulher aspira à virtude extrema que torna tudo divino.
A mulher é um evangelho que busca a perfeição.
A mulher sonha e o sonho cria em sua fronte uma auréola.
A mulher é um lago. O lago tem a poesia que deslumbra.
A mulher é o rouxinol que canta e cantar é conquistar a alma.
A mulher é um sacrário ante o qual o homem se ajoelha.
A mulher, por isso, está colocada onde começa o céu.
Vejam bem! Nas páginas seguintes do mesmo jornal leio outro texto “ A Mulher no Mundo e na Igreja”, e em seus últimos parágrafos Pe. Sebastião Sant´Ána, autor do texto, diz que não poderia deixar de citar um pensamento do poeta-profeta da paz e do mundo, D. Hélder Câmara, onde se lê: “ Não é o homem superior à mulher, nem a mulher superior ao homem. Mas também não é certo dizer que ambos são iguais em tudo. A verdade é maior e mais bonita: A mulher possui qualidades especificamente femininas que, quando se unem às qualidades especificamente masculinas, permitem conseguir resultados maiores, mais expressivos e mais ricos que os que poderiam se alcançar, quando cada um dos sexos trabalha separadamente”.
A revista “ Isto é” de 16 de fevereiro de 2011 p. 52 traz “ Mulheres na Mineração” de onde cito também um fragmento: “ Elas já são 20% dos trabalhadores de Serra Pelada e Carajás, mudam o cenário de lugares onde só homens podiam entrar e contam como enfrentam o dia a adia em um ambiente tão hostil”.
Elas contam, mas eu não vou contar aqui, e volto ainda ao jornal referido antes numa outra página com um outro título “ Mulher: sua luta, nossa história”.
Bem-aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana.
Bem aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita sua própria e insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro.
(...)
Bem aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade.
O texto fala ainda de algumas outras bem-aventuranças que não referi para não alongar muito.
Pois bem. É notório, lendo os trechos citados que, de Vítor Hugo, passando por D. Hélder e ultrapassando todas as visões globais do século XXI, as idéias foram e voltaram, mas para a mulher de hoje, já não se apregoam mais tantas sublimidades como aquelas bem iluminadas do Romantismo.
Será que o coração da mulher do nosso século não é mais o mesmo? Perdeu a luz e a cor?
A Igreja quer ainda bem-aventurá-la, mas o que dizer daquela mulher que está indo para a mineração? Será ela vista como bem-aventurada só porque não vê outra saída e tem de conviver com a hostilidade ambiental?
O que dizer dessa mulher, em cujo ventre se reserva um espaço para uma nova criação de vida, em cujos seios a nova vida se alimenta e recebe a quentura que vem da alma?
É possível acreditar que a mulher quer mesmo trabalhar em serviços pesados nos quais se requer tão somente a força bruta só para se sentir igual ao homem?
É possível acreditar que todas as lágrimas derramadas pelo rosto da mulher de hoje estão ligadas à forte emoção do amor?
O que dizer de mulheres que estão entrando no caminho das drogas para seguir o homem que amam, amedrontadas com a idéia de perdê-lo para a própria droga ou para outra que se acomode aos desejos do amado?
O que dizer das mulheres que sofrem abuso sexual e têm de receber em seu ventre um fruto que deveria ser o fruto do seu amor?
O que dizer de mulheres que devem aceitar este fruto porque todos têm de lutar em prol da vida, mesmo que esta vida lhe tenha sido enxertada à força?
O que dizer de mulheres que são agredidas fisicamente por seus maridos, em casa, lugar onde a música diz que ela é a rainha?
O que dizer de mulheres que se acabam na prostituição como único recurso de salvaguardar a sobrevivência dos filhos? E mesmo daquelas que também se prostituem por opção de vida? Não é a prostituição um ato considerado ilegítimo e imoral em nossa sociedade?
O que dizer de todas as mulheres que recebem um juramento de amor eterno e, tão logo saem da igreja são traídas, trocadas, humilhadas por não terem exatamente aquilo que o homem quer ou, simplesmente porque a eles é permitida qualquer incorreção?
O que dizer de mulheres que estão expondo seus corpos a quem quer ver, em jornais, revistas, TVs, porque passaram a acreditar que o que é bonito tem de ser mostrado?
Não é um encargo de fácil desempenho refletir todos estes itens e chegar à conclusão de que palavras são palavras, idéias são idéias, mentiras são verdades que não puderam acontecer e que a vida não pode ser agonia, apesar de todos os fatos.
Estamos comemorando o Dia Internacional da Mulher!
Que cada uma de nós não deixe de sonhar, mas, que tais sonhos não nos tirem os pés do chão.
Que todos os dias cada mulher assuma o compromisso de ser melhor para si mesma, pois só assim, saberá enfrentar o mundo sem sofreguidão. E, que todos aqueles que nasceram das entranhas femininas sejam capazes de enxergar em si mesmos o resultado de um ato amoroso. Quem sabe, com esta visão, todas as mulheres virem fadas e, como tais, poderão amadrinhar o mundo e, com um toque mágico, voltar a receber uma rosa vermelha.
Parabéns a todas nós, por já termos um dia em nossa homenagem; os demais não nos pertencem. Que bobagem ! Para nascer é só uma fração de minuto...
Que possamos ainda comemorar com grande empenho o 8 de Março por muito tempo.
* *Olga Caixeta é professora de Português, poetisa e membro da Academia Machadense de Letras
Contatos: oscv@axtelecom.com.br
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Ando revisando cada texto para corroborar las evaluaciones y observaciones del jurado, antes de colocar los diplomas.
Gracias por estar aquí compartiendo tu interesante obra.
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