FALTA “ÍNDIO”

 

 

O mundo está em guerra, o egoísmo aumentaalucinadamente, o genocídio abate povos irmãos e vizinhosinsuflados pela turba pseudocivilizatória louca de ganância eusura, no encalço de mais riquezas a rapinar e consumir. A fome e amiséria produzem milhões de vítimas, o culto fanático aodinheiro, ao mercado, o apego exagerado à matéria, à posse, aopoder de mando e dominação, contribuem cada vez mais com o processode degradação, decadência e degeneração humana.

 

Não há mais Deus, não há mais natureza, não hámais amor, não há mais ternura e generosidade, não há maispoesia, não há mais vitalidade, nem prazer, não há mais alegriagenuína, nem tolerância, não há mais celebração nem dança, nãohá mais música, nem alegria, nem teatro, nem ternura, só umarremedo grotesco, um “rebolation” de tudo isso Só a vidacontinua bela e maravilhosa desde sempre.

 

Esse quadro doloroso se mantém por vários motivos,políticos, econômicos, religiosos, científicos, mas porque tambémfalta DEUS nos corações e mentes. Se falta Deus, falta o serhumano, sua criatura, se fata o humano, falta o outro, o próximo,por isso falta “ìndio” sim, todo dia, não só no dia tal,porque ninguém liga para a falta que o “índio” faz, “índio”amarelo, negro, vermelho, branco, etc, “índios” de todas ascores e raças, isso mesmo, falta a presença poética dos primeirospoetas de AbyaYala (Terra Fecunda), os nativos chamado erroneamentede “índios”, porque Colombo insistiu até o fim que tinhadescoberto a Índia, mas o que ele tinha alcançado era a parte nortede AbyaYala (Terra Fecunda).

 

Por que faltam essas coisas, poesia, respeito, valores,princípios, propósitos, sensibilidade, pureza, sabedoria,inocência, ciência, coragem, força, potência, carinho,solidariedade, etc? Porque falta DEUS dentro e fora de cada de nós,FALTA AMOR, falta FÉ, falta humildade, falta ética, falta bondade,faltam todas as nações nativas, e isto quer dizer que a nossaorigem ancestral original nativa não está presente, não estácontemplada, valorizada, portanto falta a base, o chão da aldeia, doquilombo, do palenque, do mocambo, da comuna, o alicerce cultural epsicológico original, ancestral ainda está ausente, quasemassacrado que foi no Peru (cerca de doze milhões de nativosmassacrados), na Bolívia, na Argentina, no Uruguai, no Chile, noBrasil (cerca de oito milhões de nativos massacrados), em quasetodos os países de Abya-Yala esse massacre foi e continua sendoperpetrado impunemente, razão principal de sua continuidade. Mas ospovos nativos remanescentes ainda resistem, ainda persistem ao nossofavor, dando-nos oportunidade de alma, de alma original, não alma deplástico, alma de plasma, de cristal líquido, aparentemente bela,mas grotesca e atada a uma tomada precária e estúpida.

 

Sim, falta alma, viva, que dança, que canta, quebrinca, que ama, que ri enquanto chora, que alma flora de si, entãofalta tudo o que foi arrancado de nós pela “civilização branca”já totalmente desprovida de alma, falta a beleza, a dança, o canto,o conto, a poesia, a celebração, falta “odun”, “toré”, aprofunda consciência do “grande mistério”, a sintonizaçãocotidiana com DEUS, com a natureza, com a vida, com as plantas, comos rios, com mar, com o ar, com as aves, com a terra, com asanimais, com as pétalas, com a magia de mundo, a poesia.

 

Falta a sinceridade, a verdade, o silêncio expressivodo todo em cada uno integrado consigo e com a totalidade, falta almamesmo, ânima reprimida, que quiseram e ainda querem arrancar dos“ÍNDIOS” para vendê-la aos mercadoras de fé, falta essa almaimensa e generosa que anima e define o “ÍNDIO” de qualquer cor,lugar e tempo, alma de “índios” NEGROS, AMARELOS, VERMELHOS,BRANCOS, etc., alma que não existe mais nos invasores, que foitrocada por dinheiro, poder, domínio, o que acabou tornando osinvasores, esses sim, um bando de desalmados, perversos, cruéis,insensibilizados, desconectados com a Divindade.

 

Portanto falta o “ÍNDIO” mesmo para compor, comtodos os outros povos em nós, várias outras civilizaçõesabyayalanas, e isso é possível, necessário e já está sendofeito, ainda quase invisível, como uma ínfima semente de sonho, masque cresce pouco a pouco de modo efetivo e verdadeiro em cada um denós que nos consideramos “ÍNDIOS” de qualquer lugar e cor.Negros, brancos, amarelos, vermelhos, etc. Mas em essência,"índios", oriundos de civilizações nativas, originais,em suas múltiplas expressões e possibilidades.

 

Será que existe povo mais resistente, mais forte frenteàs mudanças, às crises, ao sofrimento que o povo "índio"de AbyaYala, seja ele boliviano, equatoriano, peruano, mexicano,paraguaio, ou o colombiano, o cubano, o brasileiro, todo povo pobre,negro, “índio”, em luta renhida para sobreviver (para muitos,subviver)? desde os povos indígenas africanos a povos como olacandon, o quéchua, o aimará, o tupinambá, o kaiapó, o tamoio, opataxó, o cariri, o funiô, o gêge, o nagô, o banto, o haussá, omina, etc?

 

No Brasil temos o exemplo maravilhoso do poder deluta e resistência dos negros e “índios” de Palmares emPernambuco e Alagoas, de Canudos na Bahia, da Revolta dos Malês e daRevolução dos Alfaiates também na Bahia, dos Cabanos do Pará e dePernambuco, da Farroupilha no Rio Grande do Sul, apesar do banho desangue de Porongos, onde milhares de negros foram massacrados depropósito pela sede de sangue dos traidores Caxias e Canabarro, dainconfidência Mineira, da Balaiada no Maranhão, da Sabinada naBahia, da insurreição Praieira em Pernambuco, do MST em todo oBrasil, dos sem-teto, dos favelados, dos bóias-frias, de milhares dequilombos e aldeias, dos estudantes, das mulheres, que tenacidade,que coragem, que resistência, que persistência, que amor à vida!

 

Há mais de quinhentos anos os povos de AbyaYala e deÁfrica foram escravizados e tratados como seres piores que osanimais. Mas que construíram (e constroem) um enorme e criativolegado cultural, científico, religioso, político e artístico.Outros povos enfrentam crises de tempo, guerras, atentadosterroristas, etc., mas esses povos enfrentam, há pelo menosquinhentos anos, a tentativa constante, diária, a cada minuto, cadasegundo, de extermínio de suas existências.

 

Então precisamos nos orgulhar e honrar a nossaorigem indígena e africana, a nossa realidade como terra de AbyaYala(Terra Fecunda) conscientes de nossa riqueza, de nossa exuberânciacomo natureza, de nossa biodiversidade, de nossa força e potênciacomo povo, como povos, como indivíduos, como nações, países, comotribos, aldeias, essa é a nossa herança principal, que nos legounossa cultura maravilhosa, plural, criativa, nossa ciência, nossapolítica, nossa linguagem, nossa literatura indígena e africana,nossa arte, nossa pedagogia reevolucionária em sintonia com as leisde DEUS e do universo.

 

Geraldo Maia

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Comentario de Geraldo Maia el enero 11, 2011 a las 8:42pm

Usted lo resumiu de pronto. Gracias por leerlo y por su presencia en su comentário. Me encanta cada vez mas sentirla en lo que escribes. Gracias por compartir comigo un poco de su vida. Non se mucho della, pero lo que sinto es mucho precioso.

 

Gracias,

beso,

cariño,

Geraldo Maia

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