LEMBRANÇAS
Eu passava pela vida...
Botão singelo
Quando te encontrei
E por força
Dos teus carinhos
Nos teus braços
Eu me crucifiquei
Foram dias, meses, anos
Passando
Às vezes leves, outras pesando.
Mas eu te amava.
E quando eras tu
Que me pesavas
Eu ia te levando.
Muitas vezes
Exigente
E na cruz dos meus braços
Tu te crucificavas.
Quem poderia dizer
Se nós venceríamos?
Ou se o destino da gente
Está traçado...
Mesmo se tu tivesses
Ou se eu tivesse
Na vida
Sido mais indulgente?
Havia tanto trabalho
Lá fora e dentro de casa
Era preciso ajudar
E aos filhos abrir
Protetora, nossa asa.
Foi pesada nossa cruz!
Na dura luta, assim,
Na dor dos nossos abraços
Eu te prendia feliz
Tu me beijavas exausto.
E nos momentos de entrega
Dobrando-se os nossos braços
Ambos nos esquecíamos
Fundidos como um só tronco
Dois num só transformados.
Éramos fonte da vida
Dos nossos filhos gerados.
Era a Ressurreição.
O céu se abrindo,
Sorrindo...
Um filho ao mundo
Vindo
Apertando nossos laços
Pelo mistério da fé
Na cruz dos nossos abraços.
O tempo ia passando
E os amigos chegando...
Os filhos iam crescendo
Você servia os humildes
Eu também, te imitando.
E em nossa batalha insana
Tu perdeste a saúde
Lutando
E eu te perdi
Para o pai,
Chorando.
Nagiba Maria Rizek Maluf
Esta senhora tem 95 anos e ainda é ativa no Espaço Literário,
tem uma memória espetacular e é minha mentora na escrita.
Maria Mirian
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