Reflexões



Aécio Kauffmann



 

                      Diz-se, geralmente, que   se conhecem  as pessoas pela sociedade que freqüentam e   que, da mesma forma que os nossos corpos tomam sustento apropriado na carne, que nos serve de alimento, assim a virtude e o vício penetram, insensivelmente, em nossas almas, pelo exemplo ou pela conversação da boa ou má companhia.

                      Hoje sabemos que é, incontestavelmente, impossível que o contato com aqueles que nos rodeiam não produza uma grande influência sobre a formação do nosso caráter.

                Todos nós somos, por  natureza, imitadores e todos nós nos deixamos impressionar pelas palavras, pelo modo de andar,pelos gestos, pelo modo de vestir e, principalmente, pelo modo de pensar do ambiente em que vivemos.

                    O exemplo não é nada.

                    É tudo.

                    O exemplo é a escola da humanidade, que não quer, senão através dele, aprender. E  aqui, vale lembrar a divisa que Burke escreveu para as Taboas do Marques de Buckingan :

                    Lembra-te! Imita e persevera.

                   A imitação é, em geral, tão inconsciente, que seus efeitos passam desapercebidos, mas a sua influência não deixa, por isto, de ser permanente e é, somente, quando a natureza capaz de fazer impressionar é posta em contato direto com outra, suscetível de ser impressionada  que se podem notar as mudanças, produzidas no caráter.

                      A ação dos sentimentos é como a ação dos  pensamentos, como a ação dos costumes: constante .

                      A ação do exemplo é incessante...

                      Firmado nestas premissas, tenho feito as minhas opções de companhia.

                     Tenho escolhido as minhas alternativas de existência e “vim vindo pela aí”, tracejando os meus despretenciosos projetos de vida, fugindo ao convívio daqueles que, timidamente, esperam pela oportunidade dos fatos e buscando,avidamente, àqueles que, mesmo correndo riscos, ousam criá-las

                      Não me harmonizando, e nunca, com aqueles que, por temor à opinião alheia, se furtam a momentos sublimes de pura autenticidade, cuidadosos de evitar as pechas que a infâmia tece e a calúnia espalha.

                       Não me alinhando aos que, a mancheias, esbanjam a prodigalidade generosa de suas preconceituações e fazem do elogio fácil, arma de ataque e defesa no conquistar posições que não conseguem atingir, mercê do seu próprio talento, de sua própria conduta e de sua capacidade própria.

                     Não me fazendo cego, por interesse; surdo, por deslealdade e mudo, por covardia. Buscando, isto sim, (embora nem sempre eu tenha assimilado bem os exemplos que vividos ) ser reto de intenções, humilde de espírito, grave e incorruptível.

                      Procurando ser íntegro em opinar, e mais, integro em ouvir, requisitando a companhia daqueles que, amigos da tolerância, da razão e da eqüidade, podem e..... conseguem exigir um  pouco mais de compreensão, um pouco mais de serventia e um pouco mais de obediência.

                  E, neste “vir vindo pela aí”, tenho procurado ser o Verbo e o Sujeito de minha própria oração, para cujo Predicado tenho, pela procura do exemplo, buscado um pouco mais de correção moral, um pouco mais de probidade.

                   Tentando ( e é este bem o termo) fazer com que objetos complementares que são, passem a integrar o meu termo existencial, para que se não se seque a fonte de idealismo que alimenta e protege esta pequena partícula, em evolução neste planeta, que é minh’alma.

                    E, hoje, estou aqui. Como somatório, como conseqüência, como criatura-produto-em-fase-de-acabamento, reencontrando em cada um(a) de vocês, as minhas causas determinantes, as minhas parcelas ....... os meus fatores de criação.

                    Freqüentando-os(as), encontrei em cada um(a) de vocês, uma fonte revigoradora de ânimo e inspiração e, hoje, a minha experiência de vida se acha realçada por ela.

                   Freqüentando-os(as), pude corrigir, aqui e ali, os meus juízos conforme os seus e cheguei a estar associado à sabedoria de todos(as) vocês.

                   Freqüentando-os (as), alarguei o meu campo de observação.... Vendo pelos seus olhos, aproveitando ao máximo as suas vivências e, sempre e sempre, aprendendo não só pelo que vocês têm gozado, mas também, o que me foi mais importante e precioso..., pelo que vocês têm sofrido.

                   Do nosso convívio, estejam certos (as), quem mais aproveitou fui eu mesmo, que, ávido, busquei:

                   nos exemplos de fortaleza de minha mulher, ser também 



                  

                   na terna suavidade de minhas filhas, ser um pouco menos 

um forte;

                  

                   na doçura inocente de meus netos, ser um pouco menos

intransigente;

                  

                   na meiguice de minha neta, ser menos rígido,  mais

adulto;

                  

                   na amizade de todos (as) vocês estar menos descrente das

condescendente; 

                  

                   Os gramáticos franceses creditam a Montaigne a formação de uma das mais belas palavras do léxico – a gratitude.

                   Mais nobre que a palavra é o sentimento revelado por ela, um estado de graça interior que só a convicção da própria humildade dilata e enriquece. E é cheio de gratidão pelo muito que devo a todos (as) vocês que me quero permitir ainda dizer:

                         Já vou compondo em tom de despedida.

                         Não que eu me vá, mas me preparo agora

                         a que na falte,e quando da partida,

                         esqueça alguém, na pressa de ir-me embora...

 

                         Cinqüenta anos( para alguns bem menos)

                         nos congraçaram em sofrimento, amigo.!

                         E a nossa fé , mesmo  vivendo extremos,

                         mais estreitou-nos em afeto, Digo

 

                         que não me esqueçam, mesmo que anos passem

                         com os caminhos tornando-nos dispersos,

                         mesmo que mais nos distancie a morte,

                        

                         Lhes devo muito... e vocês todos(as) sabem

                         que toda a  vez que eu poetar, meus versos

                         terão saudades de quem lhes deu porte.

 

                         Taças às mãos num brinde derradeiro,

                         mas tão sincero puro e verdadeiro

                         quanto a saudade que já se aproxima.

 

                         Adeus amigos(as)... E um amigo afirma

                         que somos todos, na hora que se exangüe

                         Todos irmãos, e quase irmãos de sangue

coisas deste mundo.

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